Este artigo foi produzido no âmbito de uma pesquisa de pós graduação, cujo objetivo é retornar as bases da psicanálise clássica e relatar o silenciamento e o distanciamento desta episteme com homens gays pretos dentro da clínica. O Brasil é um país classista, homofóbico, machista e racista em sua base material histórica e cremos que uma das soluções possíveis para lidar com tais fenômenos que destroem nossas instâncias psíquicas seria qualquer tipo de psicoterapia. Nesse artigo focamos na teoria psicanalítica como ponto de análise crítica, no entanto enquanto epistemologia prática e teórica, a teoria de Freud está cada vez mais longe das periferias do Brasil e muito mais distante do acesso de bichas pretas. Para avançarmos nessa temática, é necessária uma revisão metodológica, teórica e prática para promover uma escuta efetiva e interseccional ao nosso povo. Não, os elementos que Freud nos deixou não são eficientes para adentrar nossas subjetividades, assim como a maioria dos teóricos Europeus que tanto são estudados nos institutos e Universidades deste país. Precisamos de uma psicanálise brasileira e interseccional o mais breve possível.