Racismo e sexismo na cultura psicanalítica brasileira
Kleber Salomão
Resumo
O artigo examina criticamente a perpetuação de violências estruturantes na psicanálise no Brasil, apontando como as práticas e discursos tradicionais dessa ciência, desenvolvidos majoritariamente por e para sujeitos brancos, reforçam o racismo e o sexismo. A análise ressalta que esses saberes, muitas vezes desvinculados da realidade social brasileira, alienam tanto os corpos não-brancos quanto dissidentes de gênero, relegando-os à marginalidade. Ao confrontar as contradições entre a psicanálise acadêmica e os coletivos periféricos, o autor reivindica a democratização desse saber, sugerindo que a escuta psicanalítica precisa estar mais atenta às questões culturais e estruturais que afetam os corpos e subjetividades periféricas.
Publicado em:
12/11/2024